Melanoma é o tipo de câncer de pele com o pior prognóstico e com o mais alto índice de mortalidade.
De acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBC), 33.339 pessoas morreram no Brasil em uma década (2008-2017) em decorrência do câncer de pele. O levantamento aponta que o número de óbitos subiu 48% de 2008 para 2017.
Causas do câncer de pele
Embora a principal causa do melanoma seja genética, a exposição solar também influencia no aparecimento da doença — principalmente com os elevados índices de radiação que atingem níveis considerados potencialmente cancerígenos, onde ocorre exposição à radiação UVA/UVB E IR (infravermelho).
Por isso, o filtro solar deve ser usado diariamente, tanto em dias ensolarados como nos dias nublados, chuvosos ou com tempo encoberto.
Essa fotoexposição, ao longo dos anos, pode gerar novas lesões ou modificar aquelas que já existiam previamente na pele de qualquer pessoa.
Diagnóstico precoce
Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. É exatamente por isso que a SBC recomenda o autoexame.
Autoexame
O autoexame deve ser realizado principalmente nas pessoas de pele clara, aquelas que possuem antecedentes familiares de câncer de pele, que possuem mais de 50 pintas, tomaram muito sol antes dos trinta anos ou sofreram queimaduras.
Quem tem lesões em áreas de atrito, como área intima, palma das mãos, planta dos pés e área do couro cabeludo, também deve seguir as instruções.
A indicação também vale para as pessoas que apresentam muitas sardas e manchas por exposição solar anterior, que já retiraram pintas com diagnóstico de atípicas, que não se bronzeiam ao sol e consequentemente acabam adquirindo a cor vermelha com facilidade.
O autoexame deve ser realizado com regularidade, uma vez por mês, na frente do espelho e de preferência com luz natural, para verificar o surgimento de alguma mancha, relevo ou ferida que não cicatriza.
As dicas para o autoexame de melanoma são:
• Examine seu rosto, principalmente nariz, lábios, boca e orelhas;
• Para facilitar o exame do couro cabeludo, separe os fios com um pente ou use o secador para melhor visibilidade. Se houver necessidade, peça ajuda a alguém;
• Preste atenção nas mãos, também entre os dedos;
• Levante os braços, para olhar axilas, antebraços, cotovelos, virando dos dois lados, com a ajuda de um espelho de alta qualidade;
• Foque no pescoço, peito e tórax. As mulheres também devem levantar os seios para prestar atenção aos sinais onde fica o sutiã. Olhe também a nuca e por trás das orelhas;
• De costas para um espelho de corpo inteiro, utilize outro espelho para olhar com atenção os ombros, as costas, nádegas e pernas;
• Sentada(o), olhe a parte interna das coxas, bem como a área genital;
• Na mesma posição, olhe os tornozelos, o espaço entre os dedos e a sola dos pés.
Esse tipo de rotina, principalmente para quem tem a pele muito clara e com muitas pintas, promove consciência e aguça o olhar sobre as lesões, aumentando a percepção de mudança ou seu crescimento. Em caso de dúvidas é aconselhado procurar uma dermatologista.
Lesões que precisam de mais atenção
Para saber se uma lesão é mais preocupante, normalmente é usada a regra do ABCDE (área, borda, cor, diâmetro e evolução) sobre pintas com pigmentação. É preciso dividir a lesão em quatro partes iguais e comparar os quadrantes observando:
• A simetria, avaliando as bordas;
• Identificando irregularidades na forma de desenhos circinados;
• Observando a presença ou não de várias cores compondo esta figura;
• Observando também se apresenta diâmetro acima de 6 mm.
• Verificando se a lesão mudou de tamanho ou de cor com o passar do tempo.
(fonte: SBD – Sociedade Brasileira de Dermatologia)
Quanto aos sinais clínicos, qualquer lesão que coce, doa, sangre, que aumente de tamanho com rapidez ou apresente sensibilidade, precisa ser examinada por um dermatologista, que fará então uma dermatoscopia manual ou de preferência digital avaliando a necessidade da retirada cirúrgica.
Além de prevenir o surgimento do melanoma, o autoexame – por ser uma avaliação em que o paciente começa a detectar precocemente lesões que apresentam sinais e sintomas diferentes dos habituais ou que estão crescendo – proporciona visitas precoces ao dermatologista, que decidirá sobre o tratamento terapêutico em questão com chances maiores de cura.
Outra lesão que hoje é bastante comum, principalmente após os cinquenta ou sessenta anos de vida, são os carcinomas, tanto provenientes da camada basal, como da camada espinhosa da epiderme, que quando diagnosticados também com rapidez trazem 100% de cura ao paciente.
A grande maioria destas alterações tem componente genético, pelo tipo de pele herdada, mas tem como gatilho principal a exposição solar crônica sem a proteção solar adequada.
Por isso é altamente recomendado que todos os pacientes apliquem protetor solar diariamente antes de sair de casa e que reapliquem pelo menos mais uma ou duas vezes ao dia, evitando assim a perda da saúde e da beleza da pele.
Nossa recomendação geral é que você faça consultas regulares com dermatologistas para cuidar de sua saúde e também (por que não?) da aparência da sua pele.
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